Os garotos de Guarulhos têm de 8 a 13 anos. Eles denunciam um professor que costumava levá-los a um campinho de futebol:
— Aí ele pegava na minha mão e me fazia bater punheta pra ele...
— Não pode falar isso na televisão! — ralha o repórter. — Diz que você masturbou ele!
— Tá, desculpa. Eu masturbei ele.
— E ele fez mais coisas com você?
— Fez outras coisas.
— O que mais ele fez com você?
— Ele pediu para eu tirar a roupa e chupou meu pinto...
— Não pode falar isso na televisão! Diz que ele fez sexo oral com você.
— Tá, ele fez...
É só o começo. Repórter e cinegrafista resolvem montar um "plano-sequência muito louco" para filmar os garotos contando a história. Eles fazem os meninos juntarem as cabeças e colocarem os braços sobre os ombros uns dos outros, montando um círculo como jogadores de futebol americano.
O cinegrafista fica rodando ao redor da roda, enquanto o repórter dispara as perguntas. Cada moleque tem que contar sua hístória. Alguns soltam risos nervosos.
— Não pode rir!
O cinegrafista gira, gira. Fala para os moleques irem para um lado, para outro. Agacha-se, filma a roda de baixo para cima. Levanta, gira, gira. Filma detalhes: mãos, pés, braços. Agacha de novo. Muda a posição dos garotos, vai pra lá, vai pra cá. E gira, gira.
A filmagem é longa, dura quase vinte minutos. Durante todo o tempo, os meninos não param de contar sobre os abusos que sofreram.
— Pára de rir, pô! Tem que fazer cara triste!
No final, alguns garotos já estão chorando. A roda se abre e eles saem, meio trôpegos, cansados. Outros repórteres que esperavam vão falar com eles. Os pais consentem, é preciso denunciar o criminoso. Mas agora os meninos têm mais uma história de abuso para contar.
roubei de http://www.botecosujo.net/
sábado, 14 de março de 2009
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