quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Requiem
pequenos girassóis os que mostram a cara
e enorme as montanhas que não dizem nada
Incapaces los hombres
Que hablam de todo
Y sufrem callados
terça-feira, 28 de outubro de 2008
sábado, 25 de outubro de 2008
"Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem".
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Construção
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão como um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
Composição: Chico Buarque
toda vez que ouço tento cantar...
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Mais do Mesmo.
Mais do mesmo: sociedade do espetáculo, pós-modernidade, modernidade líquida... Todas essas definições só servem pra descrever nossa chatice contemporânea, chatice chata, presa num computador, dentro de um condomínio, na insanidade de um msn, numa conexão com o imaterial... Contemporaneidade que não é de todos.
Outro dia eu estava cozinhando e vi uma cena poética (e já muito explorada), mas eu vi, e achei sintomática.
Descrição:
Ao lado da quitinete onde eu morava havia uma cabeça de porco, várias casas, umas beirando barracos, e no meio da vila um quintal. Neste “cortiço” vivem muitas crianças (como de costume).
A casa do outro lado é uma bela residência, de muro alto e grades, tem três andares e janelas bem gradeadas.
Estava fazendo minhas coisas e olhando pela janela, as crianças gritavam muito, riam alto, estavam brincando de pique-cor numa bela euforia que dava ainda mais vida a tarde de sol. Na casa ao lado vi um menino olhando pela grade a brincadeira de seus vizinhos muito provavelmente desconhecidos. Moram muito perto e vivem muito longe...
História Clichê, Mas que me fez Pensar.
O físico e o social.
E isso não é de hoje, me diria o filho do senhor de engenho. Mas as fronteiras na época eram bem menores, em diversos sentidos - principalmente se atentarmos para nosso "nível de civilização material"
Mas o filho do senhor de engenho, provavelmente, "se vigou". Acho que a maior frustração da nossa classe média é não se vingar... Sei lá.
Enfim, compartilhava no fundo o sentimento do menino. Eu também olhava pela janela.
Pretendo nunca perder a adimiração que eu e o outro jovem encarcerado temos. Romper barreiras, esse deve ser nosso objetivo.
Ao criar esse blogger eu não precisei me identificar como usuário da google, abri a página e já estava meu nome = me-do; sou fichado no orkut, meu e-mail é deles, assim como esse espaço.
Mas esse medo não está descolado de uma tosca adimiração pela empresa-símbolo da globalização.
Obs. Digito meu endereço e vejo uma foto aérea da minha casa, mt medo mesmo... ai a terceira guerra... rs
Obs.2: A página de pesquisa que usamos cotidianamente não acessa a intenet, ela pesquisa num super HD onde está gravado TUDO QUE TEM NA INTERNET... Se esta merda queimar... huahahahahaah
O historiador do Século XXI vai ter que fazer uma instrumental entitulada +ou- "google na construção da micro história do Século XXI"
Amigos - uns passam, outros ficam, e todos nos ajudam a permanecermos como metamorfoses ambulantes (graças a Deus!).
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
Paulo Sant'Ana
Mensagem passada pelo Eduardo - ler isso através de uma pessoa que está na sua vida a pelo menos 9 anos é muito gratificante! Edu, te amo demais, e te amarei mais assim que você devolver os artigos de rock n'roll que estam em seu poder. - rsrsrs
Obrigado por você estar na minha vida!
Thiago
;p
bjus Patrícia!
;p
começando pelo começo
fico por aqui, espero a participação dos meus amigos!
abraço a todos!
;p